| Ilmos.
Todo dia alguém me pergunta se vou ser candidato nessa eleição, quando respondo que não, vem sempre a pergunta, porque?
Fui candidato em 2004, sem ilusões de vitórias, vim para conhecer como funcionava o sistema, me preparei para o legislativo através de cursos e treinamentos, coisa que nenhum candidato faz. Sem verba de campanha, sem apoio partidário, numa coligação desmoralizada e sem experiência, tive 0,04% dos votos válidos da cidade.
Voltei candidato em 2008, com alguma experiência em campanha, mas sem verba, sem apoio partidário, numa coligação que definhou, resultado, obtive uma votação ínfima.
Apesar de "exercer a função de vereador" sem ter o cargo, trabalhado pelo coletivo, cobrando por soluções, muitos me elegeram como o "chato", pessoas que me incentivaram a ser candidato não votaram em mim.
Mais tarde essas mesmas pessoas me procuraram para que eu cobrasse do executivo, reclamando dos vereadores, simplesmente respondo, votou neles, vá lá e exija seus direitos.
Lutar pelo coletivo toma tempo, dinheiro e exige dedicação, coisas que são escassas para quem trabalha e tem família, é gratificante ver um problema do seu bairro resolvido, em contrapartida é deprimente saber que seu vizinho, seu colega que tanto lhe pediu ajuda e motivou seu trabalho, votou em outro porque ele pediu com tanta devoção ou deu um incentivo$inho qualquer.
Luto pelo coletivo? Não, hoje luto pelos meus interesses, se um problema me afeta eu corro atrás da solução, se outro vai ser beneficiado sorte a dele. Existem inúmeros problemas no município que me prejudicam, mas estamos em ano eleitoral, então ninguém vai fazer nada que possa vir a ser prejudicial nas urnas, de que adianta cobrar e reclamar se não vai ser resolvido, é perda de tempo.
Não tenho dinheiro para comprar votos, fazer favores, dar ajudinhas ou contratar gente para trabalhar na campanha, fazer churrascada, campeonato de futebol ou apoiar bloco de carnaval, então não tenho a mínima condição para ganhar qualquer eleição. Além de que, ser candidato da trabalho, antes, durante e depois das eleições, tem que tirar um caminhão de documentos seguir uma burocracia interminável, e quem não pode pagar um contador tem que fazer quase tudo pessoalmente.
Por essa é muitas outras razões que não sou mais candidato. Se futuramente alguém bancar e garantir a campanha posso até mudar minha ideologia e voltar a concorrer, ninguém se preocupa e vota mesmo é em quem faz campanhas milionárias.
Sr Prefeito e Vereadores, só porque não estou lutando pelo coletivo vou deixar barato, moro na cidade, pago meus impostos e utilizo serviços públicos, façam sua parte que faço a minha.
Atenciosamente.
Paulo Cardozo - Cidadão
"Quem faz Petrópolis somos nós"
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