domingo, 3 de janeiro de 2010

O transporte coletivo de passageiros do município de Petrópolis

“O transporte coletivo de passageiros do município de Petrópolis”

Petrópolis nunca foi e não é referência em transporte coletivo de passageiros, este é dominado pelo monopólio de empresas de ônibus que criaram guetos de atuação. Com aval do Prefeito e apadrinhada pela Câmara de Vereadores, em outubro de 2005, implantou-se a tarifa cidadã, onde o cidadão pode circular em todo o município pagando apenas uma passagem, para isso utilizando terminais de integração, à exemplo do utilizado em Curitiba (PR), referência nacional em qualidade no sistema de transporte coletivo.
Infelizmente, interesses excusos ficaram acima do bem estar da população e arbitrariamente implantou-se um sistema que trouxe mais prejuízos e problemas do que benefícios reais. O sistema integrado de transporte do município de Petrópolis beneficiou parcialmente o cidadão que tem um deslocamento maior por residir ou trabalhar mais distante. Em contrapartida, penalizou aquele que tem um deslocamento menor.
Um trabalhador ou estudante, chega a utilizar por dia de seis a oito ônibus, normalmente lotados e com grande tempo de espera. Já o morador que só necessite utilizar o coletivo no meio do percurso, muitas vezes precisa esperar um tempo maior pela chegada do coletivo quando este já não passa lotado.
Antes dessa mudança, vários desses trajetos era realizados utilizando-se apenas um coletivo, o inter-bairros, que ligava por exemplo Morin/Alto da Serra ao Bingen, cobrando-se apenas uma tarifa. Existia lotação? Sim, mas em escala muito menor que atualmente, e com apenas 1/3 do tempo de viagem.
Com ruas estreitas, topografia formada por vales onde todo o fluxo converge para o Centro, é impossível implantar em Petrópolis o mesmo sistema utilizado numa cidade planejada e com ruas largas como Curitiba.
Com a implantação do sistema eletrônico, a integração deveria ter sido total, sendo cobrada apenas uma ida e uma volta do mesmo intinerário, se o passageiro embarcar em qualquer onibus todos os seguintes já identificariam a cobrança inicial, se for uma linha de retorno todo o processo seria refeito, essa seria a verdadeira integração, e não essa safadeza que criaram para obrigar a compra de cartões eletronicos com quantidades absurdas de créditos para não precisar pagar outra tarifa, e restrito as linhas que utilizam os terminais.
Outro fator ridículo. Toda a propaganda em prol da obra de revitalização foi feita em cima da retirada dos onibus do Centro Histórico, sendo a realidade totalmente diferente, todas a linhas se convergem para o Centro, isso aumentou o número de onibus no Centro, sentido Washington Luiz/Praça D.Pedro – Rodoviária, no sentido contrário sómente os onibus com destino ao Quitandinha e Rua Tereza continuam passando. Na linhas intermunicipais não existia essa passagem pelo Centro.
O que falta é boa vontade e uma política séria, voltada para o cidadão não para benefício de meia dúzia de empresários e padrinhos políticos, isso da parte de nossos governantes, da parte do cidadão falta participação e consciência na hora de trocar o voto por promessas e favores.

Paulo Cardozo - Cidadão "Quem faz Petrópolis somos nós"

Um comentário:

  1. Prezado Cardozo,

    coerente sua observação.

    me oportuno apenas acrescentar que é ligeiramente equivocado o argumento "é impossível implantar em Petrópolis o mesmo sistema utilizado numa cidade planejada e com ruas largas como Curitiba", quando confrontado com o planejamento. Num´planejamento JAMAIS se implanta uma mesma solução adotada em outra parte. O que se faz, sempre, é ADAPTAR de acordo com as condições econômicas, tecnológicas, políticas, sociais, urbanas etc.

    Tanto que os sitema BRT - sim, o de Curitiba rebatizado - é o que mais cresce no mundo e você não vê UM projeto sequer igual ao de Curitiba. Encontrará, sim, avanços naturais, sejam tecnológicos (Eindhoven, Las Vegas etc.) ou sistema geral (Guanghzou, Bogotá etc.).

    Feliz 2010, um grande abraço e continue vigilante!

    --
    Ronald Colman Pamphile
    Diretor Técnico Operacional
    CPTrans - Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes

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