quinta-feira, 23 de abril de 2009

Violência sem fim

Atualmente fala-se muito em segurança e desarmamento. Há poucos anos, uma propaganda com os dizeres “proteja sua família”, normalmente era um comercial de plano de saúde, hoje é sobre blindagem de veículos, alarmes e sistemas de rastreamento.
Filhos matam seus pais, pais matam, jogam no lixo, vendem ou estupram seus filhos, mata-se outro ser humano por simples prazer. A sociedade fica horrorizada, criam-se ONGs, movimentos humanitários, fazem-se passeatas, a vida continua até o próximo acontecimento e o ciclo se repete.
Regredindo pouco mais de dois mil anos na história da humanidade, parando na Roma antiga, por exemplo, o ser humano era uma mercadoria, recém nascidos indesejados eram jogados no lixo, pais vendiam, trocavam e abusavam de seus filhos naturalmente, pessoas eram trocadas e vendidas em mercados. A vida humana não tinha valor, era até usada como divertimento em troca de algumas poucas moedas.
Surgiram as religiões, seitas, etc. Cada uma com seus poderes e regras, financiaram guerras e genocídios, determinaram como se deve andar, comer, vestir e até como procriar, mudaram a cultura dos povos, determinaram o que era certo e errado. Mesmo assim a “criminalidade” continuou da mesma maneira, cometem-se os mesmos delitos, bárbaros ou não, só são vistos de uma forma diferente daquela de dois mil anos atrás, devido à velocidade da informação e da mudança de hábitos e cultura.
Nossas ruas são como o Coliseu romano, onde as pessoas se digladiam numa disputa constante pelo poder, a eterna luta entre o bem e o mal, onde eliminar seu oponente é a glória.
Qual a diferença entre o Senado Romano e nosso Congresso Nacional? Só a fachada do prédio, porque internamente os nossos representantes fazem jogatinas com a vida humana nos mesmos moldes dos antigos senadores de Roma, se comportam como os deuses do olimpo brincando com a vida e a morte dos reles mortais, só preocupados com quanto vão ganhar.
As leis, “normas ou conjunto de normas jurídicas criadas através dos processos próprios do ato normativo e estabelecidas pelas autoridades competentes para o efeito -Wikipedia”, são feitas por homens que detem o poder em suas mãos, para se auto protegerem e a seus pares. Reflexo disso é que em certos crimes hediondos seus praticantes se respaldam na própria lei.
A humanidade precisa urgentemente de um novo choque de cultura, porque enquanto nossos governantes e autoridades só vislumbrarem seus próprios egos, continuarem a legislar e governar em causa própria, a civilização jamais deixará de ser um tabuleiro o os cidadãos uma carta no baralho dos poderosos.


Paulo Cardozo - Cidadão
"Quem faz Petrópolis somos nós"

2 comentários:

  1. Paulo,
    parabéns pela sua cidadania; se nosso país fosse formado com pelo menos 10% de pessoas como você (pessoas de atitude !), certamente seríamos um PAÍS de verdade.
    Marcio Haubrich

    Jornal Voz Ativa

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  2. Petropolis na Net

    http://www.petropolisnanet.com/NOTICIAS/VIOLENCIA/tabid/96/language/pt-BR/Default.aspx

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